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Bosch no Brasil

Produção agropecuária: presente e futuro

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Em um mundo em que o uso racional de recursos naturais é uma necessidade cada vez mais urgente, como expandir a produção agropecuária provocando o menor impacto ambiental possível? O planeta será capaz de suprir a demanda por alimentos de uma população crescente? Conseguirá, diante de restrições de terras e limitação de insumos, aumentar a produção em 70% até 2050, conforme estimativa da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)? Qual o papel da tecnologia nesse contexto?

Para discutir essas e outras questões relacionadas ao tema, a Bosch traz um panorama sobre a produção agropecuária mundial e também insights de Naldo Dantas, especialista no desenvolvimento de novos negócios na Bosch América Latina, e do professor e pesquisador da Escola Superior de Agricultura da USP (Esalq), Jarbas Honório de Miranda, membro da American Society of Agricultural and Biological Engineers (ASABE-EUA).

A produção agropecuária no mundo

A produção agropecuária consiste em duas atividades primárias principais: a primeira ligada ao cultivo de plantas (agricultura) e a segunda a criação de animais (pecuária). Ambas são essenciais para a subsistência humana (desde a fabricação de roupas até medicamentos), sendo um dos importantes segmentos que compõem o Produto Interno Bruto dos países. 

O desenvolvimento em cada parte do mundo é feito de uma forma, variando conforme os incentivos governamentais e o próprio acesso a tecnologias, por exemplo. Isso faz com que algumas nações se destaquem mais do que outras na capacidade de produção de alimentos. 

Para se ter uma ideia dessa diferenciação, é preciso entender quais são as características de países subdesenvolvidos e desenvolvidos. No caso dos subdesenvolvidos, a agricultura praticamente é pautada na subsistência, técnicas rudimentares, monocultura, processos itinerantes (nos quais se utiliza o solo até o seu esgotamento), tanto na agricultura quanto na pecuária.

Por sua vez, existe a questão dos países em desenvolvimento e desenvolvidos que trabalham sob a questão do zoneamento

e se aproveitam das particularidades climáticas, especialmente para aumentar a produtividade de determinadas culturas. Além disso, há uma elevada mecanização, com uso de tecnologias, máquinas e outras ferramentas modernas que contribuem para a qualidade da produção. 

Os produtos mais cultivados

Agora focando nos produtos mais cultivados no mundo, existe uma lista encabeçada especialmente pelos grãos. Grande parte deles é utilizada na composição não só de alimentos, mas também de produtos variados que vão de medicamentos aos combustíveis utilizado em veículos.

Entre os principais produtos, encontram-se: 

  • milho;
  • soja;
  • trigo; 
  • arroz; 
  • carne bovina.

Os países líderes

Alguns países são os principais importadores e exportadores de insumos e se destacam na produção agropecuária mundial. Vale destacar que a presença nesse ranking é fortemente impactada pelo uso de tecnologias modernas que garantem a eficácia produtiva tanto da agricultura quanto da pecuária. 

Estados Unidos 

Os Estados Unidos são uma potência quando se trata de produção agropecuária, tendo uma concentração fundiária nas mãos de grandes produtores. Hoje, a nação americana é caracterizada por seus cinturões agrícolas, os chamados belts, como o Dairy Belt (leite), o Corn Belt (milho), o Wheat Belt (trigo) e o Cotton Belt (algodão). 

Tanto a acessibilidade quanto a variedade de alimentos nos EUA refletem na produção e diversidade de todo o setor agropecuário. Os principais produtos são: 

  • soja; 
  • milho; 
  • frutos secos; 
  • carne bovina; 
  • algodão. 

China 

A China é outra grande potência na produção agropecuária mundial. Além de ser uma das maiores produtoras, o país e um dos maiores importadores, dada a sua população que ultrapassa a casa do bilhão. A sua grande extensão territorial também permite explorar diferentes culturas, como:

  • trigo; 
  • milho; 
  • algodão; 
  • soja; 
  • carne suína; 
  • peixe.

Brasil

O Brasil não poderia ficar de fora dessa lista. O país está entre os maiores produtores de alimentos do planeta e caminha para ser o primeiro do ranking. A diversidade do ecossistema e do clima favorecem as mais diversas práticas de agropecuária. A produção no país é diversa e inclui grãos, frutas e carnes. 

Para exemplificar, a área destinada à plantação de grãos deve aumentar mais de 17% entre 2016/2017 e 2026/2027, segundo projeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Isso será motivado, especialmente, pela maior produção da soja, grão que representa um dos produtos mais exportados pelo país. Além dos grãos, existem outros principais produtos nessa lista que são: 

  • cana-de-açúcar; 
  • café; 
  • carne bovina; 
  • milho. 

As demandas em crescimento

Um dos principais desafios do agronegócio mundial é atender a demanda de crescimento populacional dos próximos anos. Como descrito no começo do artigo, até 2050 será necessário aumentar 70% da produção alimentícia mundial. 

De acordo com Naldo Dantas, especialista no desenvolvimento de novos negócios na Bosch América Latina, em relação ao número estimado pela FAO (de que a produção de grãos terá de aumentar para 3 bilhões de toneladas por ano até 2050), 80% virão do ganho de produtividade, 10% da expansão de áreas cultiváveis, e outros 10% da substituição de culturas de nicho por commodities. 

Será preciso ter um olhar mais clínico da aptidão de cada região para tirar o máximo daquela estrutura com responsabilidade e sustentabilidade. Não colocar uma cultura muito demandante em um solo pobre ou vice-versa. 

Para a FAO, nas últimas décadas, o potencial produtivo da agricultura global excedeu o crescimento populacional, resultando em aumento da disponibilidade média per capita de alimentos. O grande problema é que sete países concentram cerca de ⅔ do número de pessoas que passam fome no planeta. Centenas de milhões ainda não têm acesso à nutrição adequada, estando expostos a uma grave insegurança alimentar. 

Isso expõe o fato de que não basta apenas aumentar a produtividade, é preciso que o acesso à produção agropecuária seja expandido. Os preços voláteis de alimentos e a desaceleração na economia global têm aumentado a fome no mundo. 

Isso reforça ainda mais a necessidade da presença da tecnologia para aperfeiçoar a logística de acesso aos insumos. Falando em tecnologia, a seguir você entenderá a importância de tê-la como aliada!

A tecnologia como aliada da produção agropecuária

Em se tratando de agronegócio, inovação e tecnologia andam lado a lado. A utilização de softwares de gestão, dados e ferramentas (como maquinário agrícola, semeadeiras e outros) faz diferença na hora de contribuir para esse cenário de crescimento de produção para atender à demanda populacional. 

Jarbas Honório de Miranda
Jarbas Honório de Miranda - Professor e pesquisador da Escola Superior de Agricultura da USP (Esalq) e membro da American Society of Agricultural and Biological Engineers (ASABE-EUA).

Para Jarbas Honório de Miranda, professor e pesquisador da Escola Superior de Agricultura da USP (Esalq) e membro da American Society of Agricultural and Biological Engineers (ASABE-EUA), além da instrumentação e do monitoramento de situações no campo por meio da aplicação de sensores eletrônicos, as novas tecnologias digitais permitirão a coleta de grandes quantidades de dados, possibilitando que os produtores sejam mais eficientes. 

A agricultura digital possui um grande potencial a ser explorado, pois ainda enfrenta problemas de conectividade no campo. A combinação de tecnologias como a IoT (sigla em inglês para Internet of Things ou Internet das Coisas), com capacidade de coletar, transmitir e analisar dados, fornecerá aos produtores o embasamento necessário para a tomada de decisões operacionais.

“As tecnologias que hoje existem serão potencializadas por sensores e algoritmos, pois só consigo aplicar bem essas soluções se for capaz de interpretar, processar e dar uma lógica para o que estou enxergando”, destaca Naldo Dantas, Especialista no desenvolvimento de novos negócios na Bosch América Latina — e a Internet das Coisas é justamente o drive de atuação da Bosch. 

A ideia é levar competitividade e construir soluções para os fabricantes de todos esses setores. A partir do momento que são empreendidos esforços para replicar aprendizados de uma área a outra do globo, é possível criar um balanço mais sustentável que dará vazão a essa demanda de volume de crescimento populacional.

Naldo Dantas
Naldo Dantas - Especialista no desenvolvimento de novos negócios na Bosch América Latina

A Bosch já conta com tecnologias como os sensores que podem ser espalhados pela fazenda para enviar dados a um servidor na nuvem. O interessante é que a entrega de informações não é feita apenas de maneira bruta. Elas podem ser processadas e cruzadas com outras fontes — previsão climática, preço de insumos etc. —, para recomendar a adoção de medidas que melhorem a produtividade.

Cabe ressaltar que o objetivo é tornar a agricultura digital acessível a todos

os produtores, do pequeno ao grande. Nesse contexto, aspectos como instrumentação, conectividade, monitoramento e mercado podem auxiliar nas atividades do campo, reduzir perdas e aumentar rentabilidade. 

Com esse conjunto de ferramentas, o pequeno produtor terá a possibilidade de melhorar a sua atividade agrícola e, consequentemente, suprir a demanda por alimentos, tanto em quantidade quanto em qualidade.

Uso consciente de recursos naturais 

É preciso pensar no que deve ser feito para buscar o aumento da produtividade mediante uma utilização racional dos recursos naturais — especialmente da água e do solo. Há diversas formas de se fazer o manejo racional desses recursos, e uma delas é a aplicação da automação — por meio da utilização de sensores eletrônicos — e de aplicativos que podem nortear o produtor rural a coletar dados e tomar decisões para controlar as variáveis que fazem parte do processo agrícola.

A partir disso, será possível determinar ações que visam o uso consciente de recursos naturais, fazendo com que a produção seja mais sustentável tanto do ponto de vista ecológico quanto do econômico. 

Inovação para evitar desperdício

O grande desafio é fazer com que as perdas de toda a cadeia de produção, estocagem, transporte e escoamento apareçam no momento certo e no tempo de uma possível reação. É preciso conhecer os detalhes de todo o processo e não apenas contabilizar que 8% da produção se perderam, sem saber onde e como isso ocorreu.

Na Bosch, existem os três pontos da cadeia: os olhos, que são os sensores; o cérebro, uma camada de inteligência artificial gigantesca; e elementos de atuação, por meio da Rexroth, com sistemas de motores, válvulas, uma infinidade de componentes que reagem.

Produção sem desmatamento

É possível e já vem acontecendo. Segundo informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em torno de 66% do território nacional ainda está coberto por vegetação nativa, cuja situação é difícil de ser encontrada em outro país. 

Os esforços entre governo federal e setor agropecuário podem auxiliar a integrar mais o público e o privado e a elaborar modelos que venham a beneficiar agricultores que procuram manter áreas de preservação em suas propriedades rurais.

Vejo a Bosch preocupada em dar uma solução. Conseguimos colaborar gerando tecnologias com valor acessível. Além disso, o aprendizado que temos na cadeia logística pode contribuir para que as perdas reduzam. À medida que se consegue aumentar a escala e reduzir perdas, vamos ter um alimento de baixo custo na ponta

afirma Naldo Dantas.

A tendência é que nos próximos anos haja uma preocupação cada vez maior com a diminuição das falhas existentes nos processos e aumento da qualidade dos produtos finais. E isso só será possível com o auxílio de tecnologia de ponta e a união de interfaces com a Inteligência Artificial e a Internet das Coisas, sempre focando nos dados obtidos a partir de estudos da fazenda.

De maneira geral, a pecuária de precisão contribui no desenvolvimento de uma pecuária mais competitiva, contando para isso com o apoio de tecnologias que ampliam a capacidade de observação do rebanho e permitem uma tomada de decisão mais eficaz. 

O que a Bosch tem feito dentro de suas tecnologias é apoiar a intensificação sustentável do manejo de pastos e dos confinamentos,

gerando novo valor econômico e ambiental para o pecuarista e para a sociedade. 

Semear inovação, colher eficiência é o lema da Bosch quando se trata da produção agropecuária. Compartilhe este conteúdo nas suas redes sociais e ajude a espalhar esta mensagem!

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