Por que a mineração é importante e como ela pode reduzir desperdícios
Eles são quase onipresentes. Os minerais estão na sua cozinha (talheres e panelas), na sua garagem (carro), na palma de sua mão (celular). Estão no teto (lâmpadas) e no chão (pedras, pisos). Tanto no fogão quanto na geladeira. Na superfície da parede (tinta) e no interior delas (fios, cabos e tijolos). Tanto nos submarinos quanto nos satélites. Tanto no esmalte quanto no brinco, tanto no detergente quanto na palha de aço, tanto na caneta quanto no lápis, tanto nos inseticidas quanto nos medicamentos.
A produção de tantos itens diferentes, para finalidades tão distintas, requer uma indústria bem equipada, eficaz e, fundamental nos dias de hoje, preocupada com seu impacto no meio ambiente, na sustentabilidade. Uma das formas de melhorar a eficiência e reduzir os riscos ambientais é diminuir o desperdício.
Neste texto, você vai entender a importância da mineração para o nosso dia a dia e para o Brasil, os problemas ligados ao desperdício e uma solução conectada para evitar perdas.
A importância da mineração no dia a dia
Os exemplos do primeiro parágrafo já deixam clara a relevância do setor no nosso cotidiano. Ele é fundamental para nossa qualidade de vida: nenhuma construção robusta pode dispensar os minerais. É fundamental para o transporte: aviões, barcos, caminhões, trens, automóveis – todas as mercadorias que chegam até nós vieram em veículos em que os minérios são essenciais. É fundamental para nosso conforto: ar-condicionado, refrigeradores, máquinas de lavar roupa, luminárias, óculos... Nenhum hospital e nenhuma clínica funciona sem minérios, nenhum laboratório científico pode abrir mão de equipamentos feitos de metais.
A importância da mineração para a economia
Se tantas atividades modernas dependem da indústria mineral, é claro que seu impacto econômico é enorme.
Inflação: A variação no preço dos minérios pode influenciar o preço de inúmeras mercadorias – do automóvel ao celular, passando pela tinta e pelo cimento.
Produção industrial: A produção supera R$ 350 bilhões ao ano, segundo o mais recente Anuário Mineral Brasileiro, da Agência Nacional de Mineração. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que mais de 3% do Produto Interno Brasileiro (PIB) venha diretamente do segmento mineral.
Mercado exterior: O Anuário Mineral Brasileiro mostra que só as 11 principais substâncias metálicas exploradas no país geram exportações de US$ 75,4 bilhões. Portanto, parte da cotação do dólar no Brasil, por exemplo, depende do desempenho da mineração, sobretudo das vendas externas de ferro e derivados.
Recursos públicos: Em impostos, o setor contribuiu com R$ 86,1 bilhões em 2022, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
O problema do desperdício na mineração
Em um segmento econômico que produz mais de R$ 300 bilhões por ano, mesmo perdas proporcionalmente pequenas podem ter grandes efeitos – sobretudo porque se trata de uma atividade com reconhecidos impactos ambientais.
Os desperdícios podem ocorrer em diversas etapas da produção. Como em outros setores, variam muito de acordo com o tipo de exploração, o tipo de empresa e sua governança. Certamente o risco depende também do segmento de atuação. Na área de rochas ornamentais, por exemplo, a estimativa é de que as perdas fiquem na faixa de 65% a 75%.
A extração de minérios envolve muitas etapas – da prospecção ao transporte para o cliente, passando pela escavação, pela perfuração dos blocos, pelas explosões e pelo beneficiamento dos materiais. E cada uma dessas etapas é dividida em fases, com diferentes processos e várias máquinas. Portanto, cada parte da produção tem de ser analisada detidamente, a fim de verificar possibilidades de redução do desperdício.
Um estudo da consultoria Accenture aponta que, para atingir a meta de “nenhum dano, nenhuma perda, nenhum desperdício”, a melhor solução para o setor é a automação. Seus benefícios são:
- Melhoria da segurança, pois diminui o número de pessoas expostas ao risco;
- Aumento da estabilidade, pois as operações autônomas são mais facilmente padronizáveis e repetitivas;
- Menos desperdícios, pois a automação permite mais precisão, mais regularidade e correções mais ágeis.
Smart Conveyor: sensores em prol da produtividade e da segurança
A Bosch é uma das empresas que estão apostando na automação e na conectividade para tornar a extração mineral mais inteligente. Um de seus produtos nessa área é o Smart Conveyor, um sistema que monitora uma parte fundamental das minas: as correias transportadoras, por onde passam os materiais extraídos ou já beneficiados.
O equipamento é instalado próximo à extremidade dos rolos. Seus sensores verificam continuamente a temperatura de cada rolo e transmitem a informação a uma plataforma online, que pode ser acessado tanto de computadores quanto por celulares. Acompanhando os níveis de temperatura, é possível captar variações bruscas ou tendências de deterioração. Quando há problemas, o sistema emite alertas e identifica a localização do rolo, o que permite ao usuário saber onde está a possível falha e planejar uma correção.
Ao controlar a vida útil dos rolos, o Smart Conveyor:
- Otimiza a quantidade de pessoas e recursos necessários durante a inspeção periódica
- Controla a vida útil do rolos em utilização, alertando para comportamentos anormais
- Evita trocas prematuras dos componentes
- Evita paradas de manutenção não programadas
A manutenção preditiva se torna mais eficiente, a operação se torna mais segura — e a mineração se torna mais inteligente.
